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3 de dez. de 2011

Casualidade alheia



Caio assim, por mim só
Na contra regra, que agora criticarei.
É o que fazem as pessoas por aí.
Me dei ao luxo de também ser assim,
Mas sem a observação de que os atos alheios me fizeram ser assim.
Afinal, todos são assim por conta do alheio,
Nunca pela vontade de si mesmos.
E assim um ato alheio, gerado por outro ato alheio,
Que tem repercussão sobre outro ato alheio, se concretizam.
Como uma verdade vinda do que é alheio.
Tudo é tão alheio que chega a ser alienadamente... Alheio.
Dessa forma o alheio alienado chega a ser hipócrita,
Mas como quem é hipócrita também é alheio, nem chega-se a perceber.
E vejam: alienação e hipocrisia se confirmam, como duas verdades,
E, o pior, com alta aceitação de conceito correto, por todas as vertentes!

Assumo aqui minha posição, e, quem sabe meu erro,
Porque tenho saudades da época em que eu não percebia esse mundo tão...
Alheio....
Simplesmente alheio.

19 de nov. de 2011

Geóide amorosa







Supresa como liberdade,
Que me toca em suas linhas.
Fronteiras tão obscuras,
Que você fez claras em mim.

Poesia de dois gumes,
Dois coelhos em um só coração.
Que se enraízam além de minhas veias,
Feridas por meus erros prévios,
Caem em meu encanto
Como nunca antes pude sentir.

Que suas coordenadas sejam pra sempre minhas.
Que suas histórias sejam sempre meu fascínio.
Que suas filosofias, que peno para aprender, se cravem em minha pele.
E, finalmente, que carreguemos todo o sentir que em nós existe.

26 de set. de 2011

"Melhor lugar" / Segunda / Amor perfeito

Divagando vagarosamente minha alma se abriu ao espanto da sua laçada. Como o cálice do mais doce vinho, ardendo em minha existência. Sinto-me mais forte perante a sua presença e mais firme diante da sua voz.

O que amo não é você, como a força presente em mim presumiria, e sim tudo o que você é. Cada mania azeda, cada toque liberto e cada palavra presunçosa. Amo os defeitos que são seus e estes são as almas da minha vida, o fervor da minha vontade. Amo-te por quereres até o que em mim se faz feio,  eternizando-me assim com tua beleza.

Obrigado por fluíres-me poesia como no passado, que guardo em mim, todo como modo de saber te sentir e saber por ti sentir. Sejas o que é meu e me terás de forma plena e mais pura que eu puder. Te escrevo essa poesia em prosa como se fosse carta para saberes o quão real seu reflexo é no meu coração, que diante de ti se esbaldas com o sangue mais doce do mundo. Obrigado por tudo e lembre-se sempre, tempo que por mim estaremos juntos, que nada nesse mundo pode ser maior do que o amor que tenho por você.

16 de ago. de 2011

Psico depressivo

Que caia assim no teu nome
O semi-perdão que mereces
Tenha de mim só o desejo e a fome
E o arrependimento e culpa que te padecem

Caiba no seu sonho grande, mas vazio
Coma as entranhas de quem nunca, como eu fiz, te amaria
Fique na sujeira fria que enfim te tens nos braços
Bebê pequeno, que chores agora: o leite está derramado

Suas entrelinhas sujas que escondia
Vieram se fazer claras na sua covardia
Se por clarear você optou
Não espere que eu as aceite como pensou

Se sentido é o que buscava
Saiba que procurou da maneira errada
Faço questão de dar sentido a qualquer pureza
Mas como colocar sentido no que nunca foi sentido?

Manipule, sonhe, arquitete
Panbiopsicopaticamente
Corra,fuja, mas se mostre
Sinta meu desprezo que não mente

Morto passado.

Mais palavras do passado postarei, não há mais motivos para escondê-las. A poesia, seca e fria, tem um título que diz mais a verdade sobre ela na época em que a escrevi do que seu conteúdo todo. Este mostra revolta, mas se havia algo mais forte em mim do que isso era a minha depressão, que, com muita força, eu não fui burro o suficiente deixar que me dominasse. Nem burro o suficiente de permitir que alguém soubesse disso. Agora as coisas mudaram. A poesia já não vale mais como antes. Mas registro aqui meu passado no próximo post.

4 de jul. de 2011

Para um digno fim.

Venho publicar o fim de uma fase com a falta da conclusão do soneto.
Seus vestígios foram rasgados, e os seus versos esquecidos.
De maneira indireta, acho que ele foi parar no bueiro junto com a prata: já arranhada, suja e enferrujada.

2 de jul. de 2011

Melhor momento

Noite clara
Caindo em mim
Pele rara
Que me acorda, sim!

Seu colo
Braços de mãe
Sujo solo
Que aqui nos compõe

Companhia absoluta
Linda, fofa, perfeita
Se faz simples de forma bruta
Meu coração golpeia, sacode, enfeita

Obrigado pelo existir
Pelo achar, falar e marcar
Obrigado pelo sentir
Por me selar, beijar e namorar

Nada pode ser maior
Sentimento bom e grande
Nunca tive melhor
Você é tudo e mais importante

Por ti sempre vou aguardar
Apesar de já te ter
Pois quero pra sempre te mostrar
Meu eterno enorme querer

18 de jun. de 2011

Originalidade.

Foi o que me faltou no último título. Mas como ser original diante de um órgão(a mão é um órgão de fato?) tão perfeito? Diante dele(delas) só me resta a falta de originalidade.

Mãos




Mãos que mataram meu amor
Mãos que me livraram da dor
Mãos que se fazem concretas ao sentimentos
Mãos que se fazem secretas nos meus pensamentos

Tato, olfato, visão, audição e paladar
Cinco dedos de extremo sentir
Mãos que resumem tudo o que há
E resumimos com elas nosso jovem amar

Com mãos sistêmicas assombro
O que é normal em mim que escondo
Quero sempre tê-lo bem aqui, ao meu lado
Pois por ti já sou um completo revelado

Me estenderia aqui a escrever
Se pelas suas mãos eu não estivesse a correr
Espero que saibas: Tu és tudo!
E espero que suas mãos reflitam nosso futuro

Saiba que só por tuas mãos
Meu querer já é absurdo

14 de jun. de 2011

Cartas?(.)

Mais uma moda eu lanço agora
Moda essa antiga, arquivada
De um passado que não marcou
Mas gerou belas palavras

E de vez em quando gosto de escrever para alguem
Diretamente
Nitidamente
Claramente

Pois então eis uma nova nota poética
Falando de uma nova vontade
Que agora se fará concreta

Primeira

Amor,

Quando te vi pela primeira vez foi fantástico: olhei fixamente nos seus olhos por questão de segundos, depois desviei o olhar por medo, e, ao fazer isso, eu vi a pessoa do seu lado, que me pareceu muito mais interessante que você. Essa cena seria cômica se agora eu não estivesse em um estado lamentável de saudades da pele que eu toquei tão pouco, que por acaso é a sua. Como a vida dá voltas e nos engana, não? Eu queria nesse momento não ser tão enganável, mas, quem não é assim? Seria uma ilusão enorme achar que a vida não me enganaria, assim como é uma ilusão, e maior ainda, achar que você pode vir a ser a pessoa que vai ficar do meu lado eternamente. Porque, olha bem, você não acredita em namoros e nem muito menos em amor da maneira que eu acredito! E, coincidentemente ou não, são as coisas que eu mais sonho pra mim na eternidade!

E sim, eu me iludo, e com vontade, com desejo, com prazer, com felicidade, com sede, com verdade, e no futuro, quando eu ver isso tudo ir embora, o que eu vou fazer? Porque se é uma ilusão, ela não se concretizará, e eu chorarei mil lágrimas e mágoas de mim mesmo e de você, sendo que você não teve culpa alguma da ilusão que eu estou criando para mim agora... Que na verdade já criei. Isso tudo é muito injusto! Eu prevejo nosso futuro como uma coisa muito clara, fácil de ser antecipada: eu ficarei triste por muito tempo, e você seguirá sua vida. E isso também seria injusto se não houvesse o porém de eu mesmo estar criando essa situação, então a tristeza seria feita por minha culpa, e eu teria de arcar com essa responsabilidade. Sabe de uma coisa? Eu deveria interromper tudo agora, antes que seja tarde, mas, e se agora já for tarde?

Esses são medos (in)comuns, de uma pessoa que vive em um mundo eterno e interno de sentimentos múltiplos. Agora por exemplo, eu sinto raiva, amor, medo, rancor, decepção, saudades, e, metade desses sentimentos não deveriam existir, pois eu não tenho direito de fazer com que eles existam já que eu não posso cobrá-los de você, e não suporto guardá-los em mim. Eu deveria é estar conformado, porque nós não assumimos nenhum contrato social, já que você foi justo o suficiente de dizer quem você é, e eu deveria saber com quem eu estou lidando; e eu sei. Mas saber é abstrato demais, no plano concreto da experiência você é uma pessoa, eu sou outra, e eu não consigo ceder ao impulso de só aceitar quem você é sem abrir minha boca. Dentro de mim existe um impulso maior de querer me mostrar, assim como me mostrei desde o início, me abri e conversei. Se você foi forte por me deixar saber quem você era, eu também fui, pois você sabe quem eu sou. Porque eu deixei que você vasculhasse minha alma e minha vida em apenas duas semanas, e é por conta disso que já é tarde demais pra tomar qualquer atitude; eu me naufraguei na minha futura tristeza através da minha própria coragem.

Mas chega de falar do mal que você fez com que eu me trouxesse, porque mais do que mergulhar na tristeza, eu mergulhei também no amor que você foi capaz de despertar em mim. E se eu escolhi uma carta pra te escrever, é porque eu tinha muito o que falar, incluindo as coisas boas, e eu espero que nessa carta fique claro que elas são mais intensas que as citadas anteriormente. Você me trouxe de volta o amor auto-suficiente mais dependente que eu conheço, que vem de mim, mas depende de outra pessoa, e é bom saber que essa pessoa é você. Você vem me dando nessas semanas o ar que me faltava durante mais de um ano que fiquei as margens da minha carência, e, mesmo que seja uma ilusão,  ainda consigo me sentir amado; não da forma que você pensa o amor, mas da forma que eu penso o amor. Assim me sinto seguro de que você me amparará, mesmo que nosso amor não vingue, como você prometeu. E é por isso que tomei a liberdade e tive a ousadia de te escrever essa carta, e terei a ousadia de continuar contigo e lutar por nós, nos momentos reais e/ou ilusórios. E, apesar de você não acreditar totalmente, eu te amo.

2 de jun. de 2011

Tartarugas.

As tartarugas demoraram pra completar o circuito, mas alcançaram o objetivo. Pra quem não tá entendendo, me refiro ao meus textos prometidos(texto histórico e soneto). Finalmente tivemos um vencedor da lenta corrida. Como eu revelei na nota anterior, o texto histórico ganhou a competição. Mas o soneto não ficou tão pra trás. Ele só precisa de mais 2 versos para ser finalizado.

E é só isso por hoje. =p

Finalmente!.

Voltei com as notas por esta nota para avisar que o texto histórico já foi postado. o/

FINALMENTE!

Eu, simplificado

O mais bonito do mais simples
Talvez seja o médio
Para que seja uma construção,
Não preciso ser um prédio.

Para costurar o meu botão,
Basta uma pequena agulha.
Para ser fonte de superação,
Sou mais que uma procura.
Me supero em ser são,
Viva a nota miúda(?).

O ritmo que dou ao poema,
mostra mais do que vê nas estrelinhas.
As suas eu já enxerguei,
por mais que sejam piquititinhas.

Compreenda meu amor,
E o terás sem esforço de tê-lo.
Não me cobre esplendor,
Quando é pior do que o simples a facilidade de vê-lo.


Leia minha poesia,
Seja tua euforia,
Brinque no seu futurama,
Mas eu, in(felizmente), estarei para sempre na minha possível lama.
Meu hoje me chama!
E felizmente,
Agora sem parenteses sarcásticos,
Você sempre terá aqui alguém que te ama.

"Quem me dera ao menos uma vez que o mais simples fosse visto como o mais importante[...]"

Coletei os dados de uma sociedade totalmente enterrada nas crostas arquitetadas por uma instituição. Como uma instituição teve tamanho poder sobre seres que são capazes de pensar? Isso eu não consegui coletar. Eu era um mero objeto da situação geral em que a história será narrada, mas tenham certeza que dentro de meu coração e mente, apesar de todos os medos e dificuldades, eu conseguia ser o sujeito composto mais belo e rico já existente; apesar da contradição.


Eu sou o Michael, mas podem me chamar de Frank. Em que aspecto Frank se parece com Michael? Também não sei dizer. Escolhi Frank aleatoriamente porque Michael é um nome muito comum, eu conheço vários no meu próprio reino com esse nome, mas nele não existe nenhum Frank. Frank é um nome que me faz sentir único, e em meio a confusão que acontece na minha vida eu preciso muito ser único.

A história começa nas terras do Rei da Inglaterra. Um feudo magnífico, impressionantemente belo. O Rei Henrique XXIV governava todos os seus campos, florestas, servos, e castelo com o suporte de muitos nobres, provenientes de seus vários acordos de suserania e vassalagem. Seu poder dentro de suas terras era indiscutível e indissolúvel, e, por isso, todos tinham muito apreço por Henrique; mas também um grande temor. Henrique era um homem de opinião, mas totalmente fútil e vazio. Se encantava com festas e especiarias caríssimas, que esgotavam cada vez mais a grande fortuna que cabia a família real, e, consequentemente, a todos os nobres abrigados no castelo do rei. O povo que vivia naquele reino, inclusive eu, que era um nobre devedor de favores ao meu rei suserano, usufruíamos de toda aquela fartura. Porém, todo o luxo proporcionado pela ostentação de Henrique se fazia desnecessário para todos nós que vivíamos dentro de um feudo que passava por uma falência gradual, e entrávamos em uma crise que afligia toda a Europa. O brilho que Henrique dizia nascer com, ofuscava todos nós.

Minha vida, e a de muitos os que viviam dentro do feudo de Henrique, estava de cabeça para baixo. Henrique não dava a seus moradores suas necessidades psicológicas básicas. Em um reino em processo de deterioração, se o necessário era muito cuidado e zelo, o nosso Rei fazia questão, incoscientemente, de fazer exatamente o oposto, deixando todos sem uma direção para seguir. O suporte que Henrique dava, em estimativas, representava 75% do total que todos nós precisávamos, e isso era feito através de discursos não declarados que chegavam aos ouvidos de todos os servos e enganavam todos eles. Mas nós nobres, que víamos de perto o grande buraco que o nosso Rei cavava para enterrar todo o reino, não nos contentávamos com seus discursos. Para nós, os 25% que Henrique deixava de dar representava uma coisa quase que integral. O medo, a dor, a angústia, a falta, o vazio e a instabilidade se faziam presentes em meus dias, cada vez mais fortemente.


Amo o amor que tenho em mãos, e, por isso, ele se faz cada vez maior. Fala-se muito de Deus por aqui, e da vontade que ele tem. Mas quem conhece Deus de verdade se não os que amam? Mais do que um eterno amante, no bom sentido da palavra, eu sou a prova de que o mundo pode ser o que quiser, desde que seja feito de amor. Os erros que se mostram em cada canto da minha existência tornam-se só pequenas barreiras que NÃO me impedirão. O amor, em uma época em que todos os poderes se encontram em crise, é o único meio de salvação de todos nós. Ele se torna uma revolução quando não dá-se ouvidos a estereótipos, e assim, se torna cada vez mais forte. O gesto de amar unido a forças revolucionárias é maior do que qualquer poder institucional fracassado, que a um bom tempo já perdeu o grande domínio que possuía sobre as ordens divinas. E que o amor se faça, daqui pra frente, o meu único e eterno Deus.


E foi naquele ambiente que um dia eu me deparei com Alan,  um menino acanhado e com um brilho estranho nos olhos. Logo que o vi senti um estranho encantamento, como se ele fosse estar eternamente presente em minha vida. Tudo isso era muito novo, e contra os preceitos da Igreja católica. Na última missa eu havia ouvido que um varão não deveria se encantar por um outro varão, isso era um pecado condenável na Igreja, que representava Deus na antiga Inglaterra. Mas como negar o significado de um nome tão perfeito? Gracioso e amável, o tímido Alan fazia jus ao significado atribuído ao seu nome pelos considerados bruxos na Igreja. Alan tinha apenas catorze anos, enquanto eu tinha vinte sete. Mas isso não representava algo ruim, se considerarmos que o Rei havia se casado com uma mulher 21 anos mais nova. A verdade sobre o que nos impedia se baseava primordialmente na igualdade entre nossos objetos sexuais, e na condição social dos dois: Alan era um camponês, e eu, um nobre.

Não sei bem o que me movia naquele momento, poderia ser o desejo de revolução ou o início de uma paixão, mas eu busquei Alan, de maneira implacável. O mandava presentes e cartas, deixando-o cada vez mais confuso sobre suas opções. Eu não sabia, mas ali eu cavava o fim do resto de estabilidade no feudo.

Falo isso porque em 1348, século XIV, tempo em que narro a minha história, a Europa inteira passava por uma crise ainda pior que a da nossa região. A crise tinha base em colapsos múltiplos que a sustentavam: o continente passava por uma estranha epidemia que todos acreditavam vir das florestas que separavam os feudos, a nobreza estava falindo por conta da falta de recursos propiciados por uma instabilidade climática que impossibilitava a cobrança de altos impostos dos servos, e, como se não bastasse, as rebeliões servis por conta do aumento de impostos se tornavam cada vez mais frequentes, fazendo com que houvesse mais guerras, resultando assim em mais mortes.

O feudo de Henrique ainda se mantinha de pé porque a peste negra ainda não havia afetado a região. Até que um dia, ao levar um mimo para o lindo Alan, percebi o primeiro caso da doença no feudo. Alan tinha a peste tão temida... Seu corpo, tão ao meu gosto, possuía saliências, como verrugas, e este tinha uma febre de 41 graus. A mãe de Alan, Shane, passava um pano quente na cabeça do filho... E chorava. A essa altura todos os sintomas da peste estavam divulgados por toda a Europa e todos morriam de medo de possuí-los.

Alan e sua família moravam perto da floresta, e, a partir do momento que comecei a observa-lo, vi que o menino gostava de admirar a beleza desta. Uma noite antes dos sintomas aparecerem, segundo Shane, Alan havia saído de casa e adentrado na floresta para perseguir um esquilo. A temida floresta da morte havia feito sua primeira vítima, de maneira tão inocente. E eu poderia ser a próxima. Mas minha fascinação por Alan era tanta que nada disso me importava.


A criação do amor não é algo que se faça do dia para a noite, ainda mais se feitas por um Deus de mãos manchadas de lama. Os sentimentos, quando impressos nos peitos de quem os sentem, não podem ser robotizados por uma linha torta e turva que se baseia em conceitos questionáveis. Eu vivia naquela sociedade: uma espécie de ditadura religiosa. Era algo invisível aos sentidos carnais, visto que desde nossas primeiras gerações estive submetido a tais práticas. Mas o hábito não fazia com que todos deixassem de sentir. Como em qualquer execução de lavagem cerebral, os maiores riscos de fracasso surgem através de sentimentos transcendentais, que são provenientes inteiramente do verdadeiro Deus. Mas dessa vez me refiro a um Deus livre de qualquer sujeira humana. O Deus que criou o amor existente em mim, e que me toma integralmente. Esse sim é o Deus que deveria sempre tomar posse das pessoas.

Como era estranho tudo o que nós sentíamos! O amor próprio foi só um detalhe que abandonamos sem um pingo de remorso. Haviam coisas tão mais importantes para que lidássemos. Deus haveria de nos recompensar, nos protegendo de qualquer coisa ruim. A morte e as doenças não eram mais temidas. Tudo se fazia claro na minha mente a partir daquele momento. A paixão revolucionária que senti no início foi concretizada em forma de amor, implacavelmente, assim que vi Alan deitado naquela cama. E pude sentir nos olhos dele, também naquele momento, que tudo era recíproco. É difícil descrever em palavras tudo o que eu sentia naquele momento.

Eu pedi licença a Shane para que eu ficasse sozinho com Alan no quarto. Eu precisava dizer a Alan ao menos metade do que ele havia me feito sentir. E isso não podia ser feito em palavras, e sim com gestos.

Deus não é o único objeto transcendental nessa história, pois a partir do momento em que me toquei de verdade, me tornei um objeto tão transcendental quanto ele. Agora, mais do que amor, o que me prende é a entrega. 'Para sempre seremos um só ser'. E esse verso  decassílabo sela como as coisas hão de ser traçadas para mim, finalmente: eternas e verdadeiras; pequenas, mas grandes o suficiente para me preencher; palpáveis, como nada poderia deixar de ser, mas com cuidado, para que eu não faça nada que não possa controlar. E de agora em diante, o amor será o maior foco nessa narrativa.


Os pais de Alan não eram importantes, eu sabia que eles tinham pouco tempo de vida, e eu e Alan também, se não revertêssemos a situação. Mas me sentia na obrigação de fazer daquele pouco tempo os melhores que o menino já havia vivido. Não importava o quanto eu teria que me doar. O mais importante para que tudo ficasse certo era que nós ficássemos juntos para sempre.

Fiquei horas, dias - lamentável que as vírgulas tenham parado por aqui- com Alan dentro do quarto sem sair por um segundo. Depois de um algum tempo nós nos servíamos de nós mesmos, nos fazendo de alimento. Os sintomas da peste, que a partir de 45 horas começaram a se manifestar em mim também, foram um pretexto para que nos aproximássemos. Alan estava cada vez mais fraco, e eu me forçava a estar também.

Naquele longo momento, mais do que nunca, eu fui feliz de verdade. Sentir a respiração de Alan acariciando minha pele era fantástico pois fazia meu amor ser transpirado. Tudo se encaixava perfeitamente, até mesmo nossos sintomas, que se faziam iguais pelo meu esforço de sermos iguais. Se eu morresse ali nos braços de Alan a vida iria ter valido a pena.

Nada precisa de uma conclusão quando os sentimentos são eternos, e nós, o verdadeiro e mascarado sujeito presente nos textos adjuntos, não teremos uma conclusão, assim como a história impregnada propositadamente na situação. Talvez as melhores conclusões sejam as inconclusivas. "Eles foram embora. Olharam pra trás. E vão estar juntos pela manhã". Este sim é um bom final para a história que tem tudo pra ser a melhor de nossas vidas.

4 de mai. de 2011

Sem limites.

Declaro esta como a última nota(temporariamente!) que avisará algo.
E aqui aviso que não respeitarei os limites traçados pelas outras notas.
Por agora me cansei deles.

Abandono(.)

Às vezes fico me perguntando se foi eu que me abandonei ou se supri o abandono que me abandonou.
Mais do que estranho é pensar assim.
Isto é uma nota que acabará com o sentido das notas no blog.
Extinguir-las-ei.
Não mais me limitarei.
Temporariamente ou não.
A eternidade nas minhas mãos me traz inúmeros benefícios, mas hoje eu chorei de medo.
Medo de esquecer totalmente das minhas poesias.
E de mim.
Ninguém, além de mim mesmo, é responsável por esse fato.
Essa é uma nota poética.
Uma nota que cuidará de situações que me afligem pouco.
PercebA: pouco.
O que eu tenho é muito maior.
Aqui, neste texto, como já pediram(pediu), sou espontâneo, cru, rústico, direto, sem rodeios além do que a minha poesia não permite que eu não faça.
Chega de perfeições.
O plano real já me dá isso, de maneira plena, clara e definitiva.
Agora falta-me ver a mim mesmo como algo pleno, claro e definitivo.
Quem sabe cuspindo um pouco do que há em mim não resolve?
E só pra não abandonar um dos Jacks:

Por essa nota(poética) é só.

19 de abr. de 2011

Notas.

Tenho ficado inseguro quanto ao entendimento das minhas notas.
O porquê delas existirem nesse blog é por pura vontade de escrever quando não tenho nada projetado.
Em outras épocas eu escreveria poesias ao invés delas, mas seria uma espécie de desrespeito aos textos versificados, meu estilo literário favorito.

Como de costume, estou fugindo do tema que preestabeleci para essa nota.
Vamos logo aos motivos da existência delas:

1-Amo me limitar. Utilizo as notas para fazer isso. Se sempre dou detalhes dos próximos textos nas notas, é para utilizar esse coisa estranha que utilizo com frequência.
2-Preciso traçar metas para conseguir obter algum resultado consistente. Sempre traço metas para mim através das notas, que depois de publicadas me obrigam a fazer o que me predispus a fazer.
3-Tenho construído o blog de maneira a me superar, sempre. As notas são os textos em que nunca vou me preocupar em me superar. É como escrever numa folha de papel, me sinto livre.

E acho que é só pra justificar as notas. Talvez existam outros motivos, mas esses são só os que me vem a mente.
Mas acho que eles são suficientes.
E por essa nota e por hoje é só.

Corrida.

Estou sendo o piloto de dois carros, consideremos assim.
O carro 1 é mais rápido, mas não torna a corrida mais fácil. Ele depende muito do meu estado de humor.
O carro 2 é mais lento e me suga muito a alma por se tratar de algo que não tenho muito talento para conduzir.

O carro 1 é o soneto, está praticamente pronto, mas como depende de um fator que não depende muito da minha vontade de escreve-lo, não posso considera-lo um campeão nessa corrida.
E o carro 2 é o texto histórico, que é uma narrativa ficcional. Esse voltou ao início porque caiu no buraco(lembra um pouco CTR. xD) do ridículo, precisarei recomeça-lo. Tenho muita dificuldade com narrativas, mas como o soneto depende de um fator externo, não posso considerar o carro 2 como perdedor.

Mas até aqui eu só dei detalhes de dois textos que estou desenvolvendo e fiz metáforas ridículas que já foram esclarecidas(para não contradizer a previsão de sentido denotativo que pretendo deixar em todas as Notas do blog).
Essa nota servirá, realmente, para avisar que talvez a última nota não seja totalmente respeitada.
O texto histórico talvez, e muito provavelmente, não será o próximo texto deste blog. O soneto pode ganhar a "corrida".
Mas a narração virá.

Por essa nota é só, mas essa não será a única de hoje.

14 de abr. de 2011

História.

É pra isso que estou dedicando minha vida atualmente.
Pretendo entrar pra UFF de Campos nesse curso, e, por isso, estou estudando como um condenado.
A ausência se deve a isso.
Mas também estou preparando um outro post, e dessa vez com caráter histórico.
Que apesar de ser uma narrativa ficcional, não deixará de apresentar traços da minha realidade. Como qualquer narrativa de qualquer autor, diga-se de passagem.
E nessa nota deixarei mais um aviso inédito, apesar de certos leitores não gostarem da minha previsibilidade:

O próximo post será narrado em uma época negra da história européia.

E por hoje é só.

31 de mar. de 2011

Sobre o soneto.

Um soneto tem 4 estrofes, sendo elas 2 quartetos, e 2 tercetos. Além disso, um soneto tem 10 ou 12 sílabas poéticas em cada verso e estes são rimados. Portanto, a última poesia não foi o soneto.
O soneto de verdade ainda tem 5 versos, que eu não sei se serão modificados.
Me falta coragem de escreve-lo, pois o desejo de perfeição é tanto que me deixa com medo de continua-lo.
Mas continuarei, cedo ou tarde, para provar, da maneira mais estranha que sei ser, que sou devoto da pessoa que será meu soneto.

O questionamento de Jack.

Foi exatamente sobre esse existir que o Jack questionador pensava. Ele só não havia percebido isso ainda.
Jack se pôs a questionar sobre algo que mexia de forma negativa demais com seus sentimentos, e isso o machucou ontem.
Agora além de todos os Jacks que já existiam, existe o Jack chorão, que nunca antes havia existido.
E é assim que Jack percebe que, mesmo se limitando aos seu padrões de conhecimento de si próprio, ele sempre vai descobrir um novo Jack dentro de si.
Jack descobriu também, na noite passada, um Jack que fica muito próximo, ou distante do Jack real.
Apesar de não querer, Jack é ilimitado, como qualquer um. E ele terá que se acostumar com isso.

Sobre o existir

Ela me toca com a vontade que me falta.
É estranho algo se alimentar do que falta a álguem.
Isso é extremamente triste.

A senti dentro de mim
Como algo que me pertencesse,
E eu a queria,
Mesmo vendo toda a sua sujeira,
Pois as vezes se banhar em águas sujas é bom.
Naquele caso ela poderia ser minha única solução,
E ela me tentava para que ela fosse.

A persegui fielmente,
Mesmo com a chuva.
Mas existiu algo mais forte em mim,
Um algo mais parecido com um alguém.
Que apesar de só precisar do meu braço,
Merece toda a minha existência.

23 de mar. de 2011

Sonetista.

Sim, eu sou.
Não tenho conhecimento total de regras, não sou absolutamente correto.
Mas o ato de tentar escrever sonetos mostra entrega.
E isso é tudo o que eu quero dizer com eles: me esforço por você.
Estar em um soneto meu significa que tenho por essa pessoa uma fascinação muito intensa, ou um sentimento muito forte, ou as duas coisas.
E agora pairará sobre essa nota um outro aviso inédito:

Meu próximo soneto falará de uma pessoa que me traz as duas coisas.

E por essa nota é só.

20 de mar. de 2011

Droga.

O problema maior de estar tão focado em uma idéia de post é deixar passar as idéias que surgem para outros posts.
Elas já vieram, já se foram, e eu não salvei nem um título pra elas.
Me odeio às vezes.

Por que Jack?.

O nome Jack surgiu de uma homenagem a alguém que faz muito sentido para mim.
Não sei se ele pode ver o Jack por aqui, mas tenho certeza que ele vê Jack em todas as vezes que jogo War com os exércitos pretos, que eram de Jack.
O Jack é só uma alusão, uma brincadeira que diz com todas as letras que amo o Jack de verdade.

"Eu não existo"

-Eu não existo.
-Por que diz isso menino?
-Porque eu sei o que estou dizendo.
-Como assim?
-Sabe quando você nunca teve tanta certeza na sua vida? Pois então. É isso o que eu quero dizer.
-Mas como você não existe se o seu coração está batendo?
-Coração batendo? É esse o conceito de vida pra você?
-Não. Vida é algo muito maior. Mas todos nós existimos.
-Ninguém existe se sua existência se deposita no lugar onde você não quer estar. É como uma flor que está no concreto. Você acha que ela realmente é capaz de existir?
-Claro que sim, ela está ali!
-Se livre da física fofo, ela só te dá conceitos científicos e superficiais. Eu estou falando de sentir que você existe.
-Como se isso importasse realmente. Eu nunca senti que existo mas tenho certeza que existo!
-Claro que sim, você é superficial ao ponto de basear suas certezas em nada. Existe porque todo mundo sabe que existe. Isso é patético, sabia?
-Acho ainda mais patético alguém ficar procurando ovo no cu de vaca.
-Tão científico, mas tão burro! Será que sua praticidade é tão maior assim que seu cérebro? Galinhas não tem cu. Galinhas tem cloaca. Portanto sua comparação não tem o mínimo sentido. Se você dissesse vagina de vaca eu ainda seria capaz de te respeitar. A vagina é muito mais fecunda e molhada do que qualquer anus, bobinho.

E depois de uma bufada de impaciência do menino questionador eles emudeceram-se como se a discussão fosse acabar por ali, mas um dos dois continuava intrigado. A existência nessa discussão era uma coisa muito maior do que foi dito no diálogo acima. A existência, para quem havia levantado o tópico, é algo que depende de um universo interno que faça sentido; de sentimentos que se completem em um espaço indeterminado, chamado habitualmente de coração. E naquele momento, as coisas de dentro do coração do pensante não faziam muito sentido se colocadas frente a frente. Todas estavam desencontradas, inseguras e incomuns.

-Nada faz muito sentido, sabe? Eu quero sair daqui. Quero construir meu mundo.
-Saia então. Você pode ir pra sala, pro outro quarto, pra cozinha.
-Você me irrita, sabia? Será que não dá pra falar sério?
-Claro que dá: sério... OK, OK, já parei, vamos falar sério então. Como assim não faz sentido?
-É como se aquela lâmpada ali em cima estivesse acesa, mas imagine ela sem base para fazer contato com a rede elétrica. É assim que eu me sinto. Eu estou aceso, mas minha base não existe mais. E o pior, sinto que ela está desorganizada em um lugar que não consigo controlar muito bem.
-Você e as suas metáforas. Sabe que eu prefiria quando eu tinha o controle de nós? Você até lançava esses sentimentos por aí, mas a nossa base era eu. Agora que você está se vendo quase sozinho tendo que nos governar fica aí pirando o cabeção sentimental que você tem.
-Sabe que eu nunca gostei de você no comando? Tudo o que você fazia eu achava pouco demais. Era rude, limitado, exato, preso. Você manteve uma estabilidade, mas eu não senti como se eu vivesse de verdade.
-Ah, bom... Agora você vive de verdade mas não existe. Muito bem, bom governante.
-Quer saber? Discutir com você é um erro. Eu vou seguir meu coração e deixar você falando das suas habilidades sozinho.
-Pois bem, faça isso. Seria perfeito não ter que ouvir você reclamando de novo.

E ali sim a discussão dos dois havia acabado. Não porque eles chegaram a alguma conclusão, mas porque os seres dentro de Jack nunca levarão uma discussão até o fim. Ele carrega em si duas linhas de personalidade, assim como qualquer um, e essas personalidades nunca chegarão a um consenso enquanto elas tiverem que discutir. Jack agora conseguiu perceber isso. Mas eu devo aqui contar algumas coisas do passado até o presente de Jack para que vocês entendam do que eu estou falando.

Era uma vez um menino chamado Jack, que durante muito tempo foi considerado um menino totalmente correto, inteligente e obediente pelas pessoas que o cercavam, que eram basicamente da sua família. Porém, nessa época, Jack era muito diferente do que ele é agora, pois era dominado, sem saber, por uma parte de si que era mais fraca do que o ele pode ser de verdade. Esse Jack era um garoto prático e racional, procurava fazer as coisas para agradar as pessoas, nunca buscou sua própria felicidade, e nunca se vasculhou pra ter certeza de quem ela era. Jack era só uma criança feliz simplesmente por ser, sem pensar no verdadeiro conceito de felicidade. Ele não tinha amigos de verdade, não tinha a mínima percepção emocional e só vivia por viver.

Depois de um tempo esse Jack mudou um pouco. Ele começou a perceber o outro Jack dentro de si, que era extremamente mais forte e complexo do que o último, e assim ele começou a se buscar de alguma forma. Jack tinha 14 anos quando conheceu seus primeiros amigos de verdade, e viu que ele não era tão convencional quanto as pessoas que antes ele brincava de ser amigo. Jack começou a assumir a si mesmo, e a experimentar novas coisas. Era fantástico ser um pouco do Jack que deveria assumir a si mesmo. O Jack que surgia era muito mais sentimental e questionador. Era muito mais Jack do que qualquer outro que ele já tinha sido, mas ainda assim, o antigo Jack ainda existia naquele menino, e assim Jack foi por mais 2 anos e mais um pouco.


Só agora, aos 17, quase 18, Jack se sente como ele deveria ser desde seus primeiros dias. Ele antes era uma mistura do outro Jack racional com o Jack sentimental, porém, só parte dos dois. Agora Jack está pleno de si. O Jack de hoje são os dois Jacks que sou eu que vos conto essa pequena crônica. O primeiro Jack, frio e calculista, morreu, o segundo Jack também, sentimentos em equilíbrio com sua parte fria e calculista também não existem mais. Jack agora é um misto de tudo o que ela pode ser. Jack já passou por situações horríveis e maravilhosas, mas Jack, acima de tudo agora é Jack, com tudo de todos os seres que compõem Jack. Jack agora não é o melhor dos Jacks, mas tenham certeza que o mais verdadeiro.


Entenderam a história dos Jacks que discutiam? Entenderam a história do ser que era dominado por tal parte ou outra? Se sim, agora só falta a vocês entenderem o porquê de Jack achar que não existe, e quem é, nesse texto, o Jack que foi exposto na narrativa.

Primeiro, Jack não existe não porque ele não tem uma base, mas porque ele se fez precisar de uma base. Jack sempre precisou de um passado para existir, e o passado de Jack está cheio de erros, que não o sustentam. Jack está no chão e precisa erguer um lugar bom para ele crescer em si mesmo. Jack nunca se conheceu nos dois anos que achava que se conhecia. Jack nunca se conheceu como alguns presumiam. Jack continuava sendo o Jack que existia não por existir, mas vivia por coisas pequenas, quase que por viver. Hoje Jack percebe que ele não existe por ser muito maior do que ele pensava. Não por precisar de outras coisas. Jack precisa das mesmas coisas, só que em grande escala. Jack hoje está começando a ser Jack de verdade.

Agora vos revelo o último segredo de Jack, o que ele guardou durante esse texto todo, e durante sua vida toda: existem 4 Jacks nesse texto. O Jack questionador, O jack calculista, O Jack que representa o Jack de verdade, e algum outro Jack que se fez omisso durante esse texto inteiro. Conseguem perceber quem é esse Jack? Se sim, parabéns. Esse Jack sou eu, o Jack narrador, o Jack muito mais Jack que todos os outros, o Jack que agora será Jack, verdadeiramente, até o final dos seus dias.


17 de mar. de 2011

Genial!.

Sim queridos interlocutores, é o grito que eu tenho vontade de soltar ao falar do assunto principal do meu blog.(pensem e descubram qual é, mas analisem tudo, desde o título até as cores. Sei que vocês serão capazes.)
Não sei se isso se deve ao meu egocentrismo, ou ao poder que tenho nas mãos quando percebo que sei do que estou falando.
Analizar as situações que ocorrem dentro da coisa que mais conheço é lindo!
E espero que, de uma forma qualquer, seja bom pra vocês também.
Mas um aviso estranho e novo pairará sobre esse post:

O próximo post falará exatamente sobre esse assunto.

E por esta nota é só.

15 de mar. de 2011

Títulos.

PERCEBAM:

Notas tem títulos com pontos finais, pois são só recados rápidos.
Uma forma de me comunicar com quem me lê.

Poesias tem títulos originais e criados por mim, pois quero mostrar a essência que recolhi das minhas influências.
As poesias são muito eu.

As prosas tem títulos retirados de músicas/ textos/ provérbios... coisas que mudaram minha vida e minha personalidade.
São as tais influências que ajudaram a construir o meu eu.

14 de mar. de 2011

"E fica a sensação de saber exatamente porque menti [...]"

Mesmo que fosse difícil de compreender, Francisco continuava a trabalhar naquilo, apesar de todos os lados negativos: o retorno não era bom, lhe trazia riscos de vida, e, como se não bastasse, nem tudo do que havia sido combinado verbalmente constava no contrato assinado pelo peão. A espera pelo décimo terceiro, por exemplo, era inútil, pois não estava no papel do vínculo empregatício estabelecido. Mas ele ainda apostava naquela loteria de morte e sofrimento, na crença cega de que algum dia receberia algo em troca, nem que fosse o mínimo, pois para ele bastava o necessário para se viver.

Aquilo incomodava Jack, chefe do peão de laboratório, pois saber que mentia para alguém tão dedicado e trabalhador pesava a sua consciência. Ele era machucado todos os dias pela imagem que o atormentava desde o primeiro dia de expediente dos novos contratados: o peão chegando feliz e sorridente ao emprego, uma hora antes do laboratório abrir, e prometendo ser o melhor servidor que ele já teve. É claro que o dono da clínica não havia acreditado. Para ele só restava a dúvida descrente a quem muito falava antes de provar qualquer tipo de coisa, ainda mais quando se tratava de Francisco, que não havia se destacado na entrevista de emprego.

Olhando pra trás quem diria que seria dessa forma? Quem diria que depois de duas semanas de trabalho o mero peão teria se tornado o melhor funcionário da clínica e a produção teria sido duplicada?

Foi a partir dali que o peso em cima de Jack, que já existia antes, se tornou realmente um grande fardo a ser carregado. Pois ele viu que não havia bem um motivo que justificasse as mentiras no contrato, e que na verdade o salário do humilde Francisco deveria ser maior que o dele. Mas a situação só piorava com o passar do tempo, pois aconteceram uma série de coisas que deixaram Jack ainda mais desconfortável: o seu funcionário preferido teve uma queda brusca de rendimento e teria que ser demitido, Francisco a cada dia que se passava aumentava a culpa dele sendo dócil e eficiente, ele havia passado pela descorberta de um problema de saúde de gravidade desconhecida. Tudo conspirava para que ele se mergulhasse no fundo de um poço qualquer, pois a vergonha e a sensação de estar fazendo mal a melhor pessoa que já havia conhecido o corroía.

Mas Francisco não permitia que acontecesse essa corrosão. No momento em que Jack mais precisou de um ombro amigo Francisco percebeu e esteve sempre ao lado dele, mantendo o patrão bem. Isso foi incrivelmente determinante para Jack tomar a decisão de trocar de posto com Francisco. E num gesto de gratidão Jack deu a Francisco seu salário, seu respeito em meio aos peões, se submeteu a situações constrangedoras e pegou algumas mentiras para as pessoas que o cercavam.

Pobre Jack! Sua ingenuidade se fez valer mais uma vez. Pois Francisco, assim que assumiu esse posto, se fez covarde e indeciso, e apesar de ser sempre um ombro amigo, fez Jack se submeter a coisas que ele não gostaria de ter passado no laboratório. Jack se afastou de todos os peões de bom agrado para se dar exclusivamente a Francisco, procurava todos os meios de não desagrada-lo, tentava ao máximo demonstrar seu apreço pelo ex-peão. Mas infelizmente isso não era retribuído da mesma maneira. Até porque, Francisco não havia se comprometido com nada disso. Jack fez tudo porque ele queria fazer. Na verdade ele não foi obrigado a fazer nada, tudo o que ele fez por Francisco foi pela gratidão e pelo sentimento que o apoio de Francisco havia criado.

Agora a Jack só restava um emprego inferior, um sentimento não correspondido, uma insegurança quanto a seu futuro e uma profunda tristeza por ter sido tão ingênuo mais uma vez. Jack espera demais das pessoas que ama, ainda mais quando acha que isso é recíproco, e por isso se doa extremamente a mínima coisa que apareça. Mas Jack se esquece que nem todos tem o mesmo jeito de pensar e agir.

Agora Jack se arrepende de ter mentido, mas Jack entende que ele, de certa forma, previa toda essa situação. A descrença apresentada por ele no início foi a mesma descrença que Francisco teve quanto as tentativas do ex-chefe de demonstrar gratidão. No final, as mentiras de Jack foram válidas, apesar da dor que o causam e causaram, pois mesmo não existindo um contrato declarado, no fim Francisco também não havia cumprido suas "obrigações". A profecia da mesma moeda foi cumprida, e assim só falta a Jack acertar sua vida dentro do cargo que ele mesmo se deu, mesmo com todos os riscos...

13 de mar. de 2011

Parnasiano.

Construo muros aqui, cada vez maiores. Por isso tanta dificuldade em pula-los.
Quando falei da tarefa de manter o blog no início, era sobre esses muros que eu falava.
Sustente seu próprio desafio, é assim que se cresce...
Ou melhor: se compreende a si mesmo.
Crescer é um termo tão subjetivo.

11 de mar. de 2011

Estado de querer

Sinto-me ensopado
Por pedras de água congelada
Que não se movem
Só se afundam no meu coração

Pulso, pulo, o punho
Na esperança de extraí-las
Ou de absorve-las
Mas elas continuam ali
Gélidas, molhadas e imersas
Incrivelmente intensas
Algo que nunca imaginei
Nem se quer desejei
Mas sento, e sinto
Calo, e recebo
Penso, e repudio

E vou continuando...
Desejo, almejo, prevejo
Mesmo na contrariedade
Coração recebe
Alma toca
Desejo grita
Mas mente nega
Boca esconde...

Falta-me maldade
Fata-te força
E continuamos nos faltando
Nos querendo

Somos água congelada
Que ensopa de querer
E demora pra derreter

4 de mar. de 2011

Estou trabalhando.

Escrevo novas postagens e as deixo pela metade.
Agora inspiração existe, de sobra, mas insegurança também.
Agora só me resta ter paciência, e ser paciente comigo mesmo não é uma tarefa fácil de ser cumprida.

28 de fev. de 2011

"Mas sei que seremos eternos[...]"

Foi e é difícil para mim escrever sobre você, mesmo percebendo a importância que isso tem. Talvez essa dificuldade provenha do seu amor que é a coisa mais estranha que já vi até hoje, pois não estou acostumado as coisas que ocorreram. E, definitivamente, não é isso que sou.

E por mais que nós sejamos opostos a mim mesmo, o nosso nós foi muito mais intenso que qualquer outro nós diferente de mim pelo qual já passei. Eu cheguei a te amar, tive a oportunidade de trocar experiências que valeram a pena(outras nem tanto), pude ver a vida por outras perspectivas e aceita-las.

Contudo, enquanto duramos você preencheu lacunas em mim, mas deixou alguns buracos de estrutura no meu vazio; e, talvez por isso, tudo se desmoronou. Não te culpo por essa quebra, longe de mim, mas a incompatibilidade foi muita, e apesar de ter sido compensada em outros aspectos, não impediu que nós caíssemos da altura em que estávamos.

Acho que tudo o que vivemos até hoje foi extremamente oculto, só nosso. E foi um prazer surpreendente saber que sou capaz de viver algo assim. O segredo que nos envolveu secará com um segredo não muito agradável em nossas mentes e corpos, mas traz um novo aprendizado e uma vida com escolhas mais sensatas e coerentes com o que queremos de fato. Talvez por isso eu tenha tomado minha decisão, pois sabia que mesmo diante do rompimento conseguiríamos retirar pro futuro coisas boas e especiais até das piores situações. Tenho tudo pra dizer que foi bom, e direi, pra quem quiser ouvir e por toda a eternidade.

O carregarei comigo como uma experiência que deu certo, apesar dos pesares, pois sei que é dessa forma que você lidará com essa situação também. E, querendo ou não, eu ainda te amo, mesmo que de forma diferente.

31 de jan. de 2011

Amor do laço partido

Caí da ponta de meu laço
Laço esse já tão despontado
Desapontado
Despedaçado

Laço que já caía
Com a minha montaria
E já esgotava minha poesia

Quebrei meu laço
Que, mesmo fraco, me prendia
Ao tronco do meu coração
Ao princípio do meu real tesão
Ao que aprendi de mim mesmo
Ao que eu quis ter eternamente

Hoje quero a tesoura que me livrou
Tesoura firme, encantadora
Que me salvou da entrega contrária
Da minha represália
Do meu submundo
Do escuro mais profundo

Te amo porque me abriu
Me comeu sem me tocar
Me teve sem nem saber
Me quis sem me julgar

Te amo pois me mostrou seu renascer
Pois amou o meu estranho
E me deu o seu querer
Reativando o meu sonho

Por ser quem você é
Simplesmente te amo

20 de jan. de 2011

Poema do triste amor

Quando o barulinho bom da música que eu não escuto toca...
São essas algumas das horas em que a falta se faz.
E presente ou não, ela sempre existe.
Na forma de uma imagem distorcida do que eu nunca vi de fato,
Ou da força despretensiosa que eu, felizmente, agora tenho.

Escrevo esse poema de longos versos,
E de sentimentos incompletos,
Com a certeza de que você um dia o lerá, e irá completar cada um desses sentimentos, como desejo.
E por mais que eu possa dizer tudo em prosa ou carta,
Os poemas não são feitos para se encaixarem perfeitamente nos versos de amor?
Isso já nem importa.
Pois eu te buscaria agora como a água que me falta para viver,
Ou até como o ar que você sufocou com sua ausência silenciosa.
E se quer saber de uma coisa importante nesse poema: A minha tristeza;
Gerada pela preocupação, saudade, angústia, sede, curiosidade.
Ela é triste como eu nunca havia sentido.
Mas se quiser saber ainda mais, isso não é o mais importante;
Não enquanto existir meu amor.

E ele existirá até que você diga para ele não existir,
Mesmo que isso dure uma eternidade incompleta (ou não), como ocorreu anteriormente.
O que quero dizer, na verdade, é que não importa o que aconteça,
Eu estarei aqui, disposto e intenso, dentro das minhas limitações.

Não pretendo exigir o mesmo de você,
Nunca quis ser um peso pra você, tenho horror de pensar nisso.
Mas dê-me ao menos uma certeza para agarrar.

Pelo sim ou pelo não... Eu, felizmente, ainda te amo.

16 de jan. de 2011

"A barata diz que tem[...]"

Inacreditável era a forma que as formigas arrastavam a barata morta anteriormente, naquela noite, e naquele mesmo corredor; como se buscassem um coforto para uma aflição, justamente igual fizera o menino algumas horas antes:

Morta com todo o sangue frio que alguém poderia acumular dentro de si, a coitada da barata foi trazida acidentalmente pela mala que estava no chão da garagem até a sala, e só por dizer que tinha mil dores e chorar desesperadamente(coisas que ela não fez realmente, só na mente doentia do assassino) como todos sempre fizeram com o menino que a ouvia, ele a perseguiu e a matou com apenas uma pisada, mas com toda a mágoa não-extravasada de um dia inteiro escutando coisas que ele não queria ouvir.

Esse foi o triste fim da barata contado pela reportagem que se passava na cabeça do menino, e, para ele, ver as formigas levando seu problema embora como fim dessa reportagem já era um conforto enorme, mesmo não sendo a coisa ideal, pois com isso ao menos o garoto via sua tristeza se dissolver e cair de paraquedas na fossa de seu coração novamente, como sempre tinha acontecido. Mas Tudo o que ele gostaria de fazer era extravasar esse sentimento.

Porque, ora, imaginem vocês no lugar dele! Com certeza seriam a barata que chorava, ou reclamava da vida, ou simplesmente pedia ajuda; mas dessa vez as baratas que fazem isso de verdade! A barata seria vocês e vocês seriam a barata, tudo verdadeiramente. Ao menos a barata morta pelos meninos que não são a barata é vocês de maneira ficcional.

Essa interação estabelecida é uma forma de invasão para ele, pois nesse moço ainda sobra um extremo cansaço de viver por ter que escutar sem se sentir livre pra ser escutado, porque se expor não é a mesma coisa que ser sentido, escutado, querido, amado, confortado; é isso que todos esperam depois de um desabafo. Mas ele não tem a coragem de fazer isso sempre, e assim é obrigado a se contentar com a pequena satisfação que sente em se expor. E, mesmo assim, as baratas continuam dizendo que tem dores, e lamentam, e cobram quando não são confortadas, e se acham no direito de reclamar até umas com as outras quando não são atendidas da maneira esperada, sem nem ao menos pensar se o ser humano do outro lado também pensa, sofre, e se cala por sufocamento; talvez só o comparem com seres tão inúteis quanto baratas.

E aí vai a resposta, baratas ingratas! Desabafei. Me olhem, mas dessa vez me enxerguem! ;**.

P.S.: Ainda bem que existem algumas pessoas que não são baratas.

7 de jan. de 2011

"Amigo é casa"

Estou construindo uma casa, com todo orgulho e paixão que a saudade de ter uma casa me traz. Mas não pense você que monta-la é uma tarefa livre de obstáculos, pois pretendo mantê-la escondida em um lugar que só eu e meus convidados possamos achar, e isso, interlocutor, ultrapassa os limites de todas as dificuldades. Contudo, sei hoje que viver não é uma tarefa tão simples. Na verdade é uma tarefa que requer muito de cada um de nós.


Por essas razões não hesitarei em me esforçar: quero construir primeiro sua base, depois colocar cada tijolo nos lugares corretos e encaixa-los  com o melhor dos materiais que eu conseguir buscar em mim, para chegar à época dos acabamentos com o melhor dos resultados de solidez e complexidade. Porém, uma casa não dá trabalho só em época de construção; sua manutenção também é fundamental. E é nessa época que eu me dedicarei mais a minha casa do que a mim mesmo, porque, depois de um tempo, a nossa casa pode representar mais a nós mesmos que nós mesmos.


É na minha casa que desabafarei todas as minhas dores e lamentações, compartilharei minhas alegrias e felicidades, buscarei novas sensações e fantasias, desenvolverei habilidades múltiplas de exercer diversas funções. E todas essas experiências, interlocutor, serão compartilhadas com você, que será minha visita convidada eternamente, para vir e ajudar a enfeitar minha casa, ou não.


Portanto, acho que posso chamar-te de amigo. E não só a você. Chamarei de amigo também a minha própria casa, que nomeio de "Arthospicionauta". Espero que no futuro a minha casa possa servir de conforto para mim, você, e quem mais precisar de um aconchego. Agora, oficialmente, as portas estão abertas. Entre, mas não ligue para eventuais bagunças.